31/08/11
Está mais do que provado que é através da educação que conseguimos evitar tragédias como jovens assassinos, viciados,a falta de emprego, a destruição do planeta e das famílias e os políticos corruptos.Campanhas precisam ser desenvolvidas para diminuir todas essas drogas,principalmente o crack...
A praga do crack nasceu e grassou entre os
miseráveis, a tal ponto que "cracolândia" virou sinônimo de
"local onde pobres consomem sua droga". É mais do que tempo de rever esse conceito.
Pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo divulgada em 2009
constatou que o crack avança rapidamente entre os mais abastados: o crescimento
entre pessoas com renda superior a vinte salários mínimos foi de 139,5%. Além
dos números, os dramas pessoais confirmam que a química do crack corrói toda a
sociedade. Nas clínicas particulares, que custam aos viciados que tentam se
livrar da cruz alucinógena milhares de reais ao mês, multiplicam-se
universitários, empresários, professores, militares. Todos estão reunidos pelo
mesmo mal e almejam idêntico objetivo: tirar a pedra do meio do caminho de suas
vidas.
(...)
Droga nefasta -
"Comparado a outras drogas, o crack é sem dúvida a mais
nefasta, porque produz rapidamente a dependência: sob a compulsão pela
substância, o usuário desenvolve comportamentos de risco, que podem chegar à
atividade criminosa e à prostituição", diz Solange Nappo, da Unifesp.
Pablo Roig, psiquiatra e dono de uma clínica de tratamento de dependentes químicos,
acrescenta que a dependência chega a tal ponto que "o usuário perde a
capacidade de decidir se usará ou não a droga".
A
mancha do crack se espalha entre usuários de drogas devido a uma combinação de
acesso
econômico e potência química. Jairo Werner, psiquiatra da Universidade
Federal Fluminense
e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, chama a
atenção para a relação "custo-efeito"
da droga. "A relação entre
preço e efeito faz do crack uma droga muito popular, de fácil
acesso",
diz. Ele explica ainda que os traficantes desenvolveram uma verdadeira
estratégia
para ampliar o mercado da droga: a "venda casada", de
maconha mais crack. "No primeiro
momento, a maconha dá um relaxamento e o
efeito do crack é mitigado. Depois, o usuário
resolve experimentar o crack puro
e sente um efeito muito mais poderoso."
Começam,
então, as mudanças de comportamento. Além de graves consequências para a
saúde,
a droga provoca no dependente atitudes violentas. "Ele fica alterado,
inquieto, irritado
e, em geral, passa a se envolver com a criminalidade como
nenhum outro usuário de drogas",
diz Laranjeira, da Associação Brasileira
de Psiquiatria. "A única prioridade é a droga: a
saúde, a família, o
trabalho e os amigos ficam de lado. É uma mudança total no esquema de
vida e
estrutura de valores", acrescenta Roig.