01/06/2011

CONTIGO APRENDI


Luiza Elizabeth      PC
02/06/2011

 E a partir daqueles momentos quando contigo quase tudo aprendi,
 todos os que vieram depois foram momentos maiores,
 de relógios de parede, porque sofridos, porque não passavam. 
Duraram mais, muito mais!
É como se num lapso de tempo o próprio tempo não existisse,
 para que não tivéssemos tempo de lamentar todo o tempo que perdemos...
E a partir do instante em que tua vida se intrometeu na minha,
todas as outras vidas passaram a ter um significado menor,
 menor que eu, menor que você!
Só contigo a minha vida tem motivo,
 só contigo meu sorriso é brincadeira
 e nossas mãos perdidas em nossos corpos, encontram o caminho
 que perdemos um dia com outro alguém.
Se penso em ti em todos os momentos do meu dia,
 é porque viraste obsessão, e tudo dentro de mim
 se transformou numa doença incurável que deixou de ser amor,
 que deixou de ser paixão, que passou a ser um não sei que de loucura
 que não faz nem bem nem mal,
 mas, que preenche minhas noites insones
 com as fantasias que vestimos juntos entre os meus e os teus lençóis.
Antes de te conhecer, eu apenas vivia. Vivia como vivem os animais. 
Viver e morrer. Vivia como vivem os mortais.
 Vivia como vivem os que simplesmente amam.
Depois de te sofrer todas as dores, de amores e medos,
 de feridas abertas e fechadas, mil vezes sem conta,
 porque não quero contar, nem quero que contes a ninguém, me conheço mais,
 porque me quero mais, como mulher e como homem, como anjo e como demônio.
Me transformaste em alguém melhor do que eu. 
Me fizeste uma pessoa que nunca poderei ser sem ti.
E agora? Para onde vou nesse caminho
 que não conheço sem tuas pegadas? 
Não sei ser mãe sem teus avisos, não sei ser filha sem teus conselhos,
 não sei ser prostituta sem tuas pernas, nem travesti sem teu batom.
Hoje, só aceito ser humana ao teu lado. Só aceito existir
se tua imagem estiver refletida no mesmo espelho,
 se as lágrimas que derramarmos for pela mesma desgraça.
Usei tuas fantasias para ganhar o carnaval da minha avenida de mentiras.
 O troféu, tu me roubaste. Levaste junto com os sonhos 
que me ensinaste a sonhar e que um dia, 
pensei virariam realidade em nossas vidas mesquinhas e sem futuro.
Criança que eu era, vesti minhas roupas de menina
 e brinquei todas as brincadeiras proibidas ou não que me ensinaste,
e eu ingênua que era, te contei todas as histórias que ouvi,
 enquanto estive aprisionada em outros castelos.
De nada me arrependo, e por nada volto atrás! 
Contigo aprendi que posso ser melhor e pior do que sou,
mas ao menos posso ser!
Aprendi que sentimentos não importam
 quando os transformamos em doença da alma,
 e morremos por eles tentando recuperar alguém que nunca foi nosso!
Tu não foste meu, eu não fui tua, mas sei o que é ser feliz e isso me basta,
 ou pelo menos deveria, pois, hoje,
 conheço a escuridão da tua ausência,
 o vazio da minha boca sem a tua,
 a página em branco que é o meu corpo sem o teu 
e o desespero de querer seguir teus passos 
e vestir fantasias que não existem mais...





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