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É quase inevitável. Azul para meninos, rosa para meninas.
Super-heróis para eles,
princesas para elas.
O mundo, já há algum tempo, vem etiquetando as crianças assim,
e exigindo delas uma
postura bem definida desde cedo.
Por isso mesmo, um casal suíço causou polêmica, nos últimos meses: eles resolveram criar seu bebê sem lhe dar um rótulo masculino ou feminino.
Por isso mesmo, um casal suíço causou polêmica, nos últimos meses: eles resolveram criar seu bebê sem lhe dar um rótulo masculino ou feminino.
O bebê se chama Pop, é
vestido com calças ou saias,
e só cinco pessoas sabem
seu sexo. Um pouco distante dali,
a experiência está sendo
feita também – não com menos holofotes
- por um casal canadense, que cria uma criança de um jeito
parecido.
Storm, como eles chamam o bebê sorridente, “deverá desenvolver
sua identidade sexual sem seguir estereótipos sociais
ou atender às expectativas relacionadas com gênero”,
justificou a mãe, que a
tem sido apoiada e criticada pelo mundo afora,
à imprensa internacional.
( ... ) O movimento ganhou ainda mais olhares mundiais
( ... ) O movimento ganhou ainda mais olhares mundiais
com a escola Egalia, na
Suécia, que resolveu educar
seus alunos também sem identificá-los pelo sexo.
Os professores devem se
referir às crianças (de 1 a
6 anos) sem chamá-los de “ele” ou “ela”, usando simplesmente um pronome
que os suecos chamam de “hen”,
termo que indefine sexo na língua falada por lá.
(... )Para a psicóloga Angelita Corrêa Scárdua, mestre em desenvolvimento humano adulto e em felicidade, a diferença entre homens e mulheres é inegável. “A questão é o valor que se dá a essas diferenças”, afirma. Até porque, aponta Angelita, biologicamente, o masculino e o feminino se expressam de formas diferentes, programados por hormônios que ditam comportamentos diversos. “E isso não é ruim.
(... )Para a psicóloga Angelita Corrêa Scárdua, mestre em desenvolvimento humano adulto e em felicidade, a diferença entre homens e mulheres é inegável. “A questão é o valor que se dá a essas diferenças”, afirma. Até porque, aponta Angelita, biologicamente, o masculino e o feminino se expressam de formas diferentes, programados por hormônios que ditam comportamentos diversos. “E isso não é ruim.
As diferenças não correspondem a valores”, diz.
Ela cita ainda que o movimento que prega esse meio caminho
Ela cita ainda que o movimento que prega esse meio caminho
entre o feminino e o masculino não é novo na história humana.
“A sociedade ateniense,
os romanos e na época vitoriana
tentaram expor essa
estética de homens iguais a mulheres."
O movimento seria, então, cíclico, segundo a especialista,
e geralmente restrito a um pequeno grupo.
Contos de Fadas
Contos de Fadas
( ...)Peggy Orenstein lançou o livro Cinderella Ate My Daughter, ainda sem tradução no Brasil. A obra está no topo das mais lidas no New York Times. Peggy, a autora, é mãe de Daisy, de 5 anos, e martela pesado no que ela chama de “processo de princesificação”das meninas da idade de sua filha. “Elas estão aprendendo que não devem ser a mais esperta, a mais inteligente. Elas devem ser a mais ‘fada’ de todas”, diz Peggy, no livro.
( ...)
Mas claro que o
posicionamento dos pais também conta. “Tudo depende do ponto de vista”, diz a
psicóloga Angelita Scárdua. “Podemos ver (e contar para as crianças) a história
de uma Cinderella sofredora, ou podemos escolher vê-la como uma batalhadora que
conseguiu ir ao baile depois de superar seus problemas”, afirma. Há pouco
tempo, a mídia internacional chamou a atenção para a pequena Shiloh,
filha de Angelina Jolie e Brad Pitt, que só usava "roupas
masculinas". Especialistas discutiram amplamente sua sexualidade a partir
de um simples estilo de se vestir. Angelina deu ombros à situação, e disse que
era como ela, quando pequena. E fim de papo.
E no Brasil, como funciona?
Se nos países desenvolvidos há casais que querem criar bebês sem gênero definido, no Brasil ainda não há casos nem de longe parecidos. E quem quer bancar uma decisão como a do casal canadense provavelmente vai esbarrar em preconceito - se é que por lá a situação será diferente. Na prática, a sociedade, de modo geral, ainda quer gêneros definidos.
E no Brasil, como funciona?
Se nos países desenvolvidos há casais que querem criar bebês sem gênero definido, no Brasil ainda não há casos nem de longe parecidos. E quem quer bancar uma decisão como a do casal canadense provavelmente vai esbarrar em preconceito - se é que por lá a situação será diferente. Na prática, a sociedade, de modo geral, ainda quer gêneros definidos.
É tudo uma questão de bom senso, como sempre na educação. Não é preciso
radicalizar criando filhos sem gênero, mas devemos ensiná-los desde cedo que
homens e mulheres são diferentes, sim, e que há elementos positivos nos dois.
Só assim seu filho vai aprender a dar mais valor ao ser humano,
independentemente do sexo, raça ou classe social.
Fontes: Maria Luiza Macedo de Araújo, mestre em psicologia, doutora em filosofia e presidente da Sociedade Brasileira para Estudos da Sexualidade Humana (Sbrash), Angelita Corrêa Scárdua, mestre em desenvolvimento adulto e felicidade
Fontes: Maria Luiza Macedo de Araújo, mestre em psicologia, doutora em filosofia e presidente da Sociedade Brasileira para Estudos da Sexualidade Humana (Sbrash), Angelita Corrêa Scárdua, mestre em desenvolvimento adulto e felicidade