25/07/2011

DE TODOS OS ABRAÇOS O QUE NUNCA ESQUECI ...



Luiza Elizabeth
25/07/11




     Talvez seja por isso que é tão difícil ser feliz.Porque existem braços que ficam enroscados em nossos braços durante muitos anos.Por mais que você se apaixone por outro alguém, por mais que você seja feliz ao lado de outra pessoa, aqueles braços vão lhe aquecer pra sempre (mas, pra sempre não existe, lembra???).


     Alguém que me conhece muito bem, me disse certa vez, sabiamente por sinal, que eu não me apaixono pelas pessoas e sim pelos sentimentos,não me apaixono pelo marido e sim pelo casamento, pela família que ele forma ... É verdade!!!
     São os sentimentos que me atraem. São as coisas que eles provocam no ser humano que mexem comigo, me desconcertam, me carregam para longe de mim mesma, das pessoas que não compartilham comigo desses devaneios, me fazem chorar enquanto escrevo...
    Tenho me emocionado muito ultimamente com as pessoas que encontro por aí. Elas dizem que lêem minhas crônicas, muito mais gente do que eu um dia poderia supor.Elas dizem que eu as entendo. Que eu escrevo o que elas estão sentindo, e é isso o que mais me assusta... Eu não pensei que tivesse tanta gente desequilibrada como eu nesse rincão!!!
    Na verdade não escrevo para elas. Sou muito egoísta.Como todo escritor, escrevo para mim. É minha terapia.Como já disse uma vez, é quando solto meus demônios mais terríveis.É quando lavo minha alma suja!.É quando vomito meus medos, meus nojos, minhas raivas. E é claro que acho interessante as pessoas se encontrarem nas mesmas linhas onde me acho, solta e nua. Pessoas de classes sociais e culturais completamente diferentes das minhas, ou das mesmas, pessoas que rezam o mesmo credo, ou credos diferentes, idades bem diferentes da minha, do sexo oposto .
     E aí, eu me pergunto numa hora dessa em que escrevo sobre sentimentos que são meus, egoisticamente meus: - “Será que essas pessoas os sentem também? Será que elas também se pegam envolvidas em braços de vento, em cheiros de espaço, em olhos de saudade, igual que nem que eu?”.
    Será que eu não sonhei sozinha com aquele professor ou professora do segundo grau? Safado, jogava charme, sabendo que enlouquecia a nossa escola só de moças... Um dia... Ah! Um dia...
   Será que só eu me apaixonei quando tinha dez anos de idade? E achei que aquele seria o pai dos meus filhos? Só me desencantei porque ele não sabia beijar igual ao espelho do meu quarto, jogou minha boneca preferida no chão!!! Um monstro! É que naquele tempo ainda não tinha Delegacia da Mulher. Ou ele estaria em maus lençóis...
    É impressionante como a simples lembrança de um momento feliz, de um abraço apertado, nos devolve o bom humor, nos faz rir dos juros altos, da inadimplência dos clientes, de tudo que deu errado na segunda –feira.Me pergunto curiosa se os homens se sentem assim também.Será que é por isso que eles bebem? Será que é por isso que eles broxam? Eu acho que é, pois não é fácil reprimir sentimentos e se fazer de machão!
     Mulher esconde nos braços o homem que ama e o homem que lembra. Tudo num gesto só. Tudo num gozo só! Mulher só finge que é feliz, só finge que não sente prazer quando não ama ninguém...
Quando se ama, nem que se ame o sentimento do amor que sente é fácil ser feliz, viajar na maionese, se perder nos braços de quem se tem, e aprender a curtir o sentimento que advém do prazer da escolha.Escolher não esquecer que foi feliz, escolher que recordar é bom, escolher que amar é uma questão enxergar ou não o que é bom em si e no outro. Se não há nada que lhe faça feliz no outro, manda andar e vai ser feliz sozinho.
     Que bom se mais alguém nesse momento, além de mim, homem ou mulher, fechar os olhos, e lembrar de um abraço morno, aconchegante, que costumava vir seguido de um sussurro, mentira ou verdade, hoje não importa mais... Sua verdade agora é outra!!!


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