10/06/2011
Até o Roberto já sabia disso há zilhões de
anos atrás quando cantou que “a Candinha
gosta de falar de toda gente”. E o mais interessante é que esse tipo de
pessoa não entra em extinção. Deve
haver algum órgão que eu desconheço que vem pelos séculos afora, protegendo a
perpetuação dessa espécie: a dos maledicentes, ou melhor, no popular, os
fofoqueiros de plantão!
Eles estão por aí, em todos os departamentos:
públicos, privados, escolas, cozinhas, salão de cabeleireiro (aí então, nem se
fala).Pode ser velho, moço, casado, solteiro, rico, pobre. E essa história de dizer que
mulher fofoca mais que homem, é fofoca da oposição... Cola o ouvido
numa sauna masculina, e o seu cabelo arrepia!Eles falam da vida de todo mundo,
sem dó nem piedade.
E vocês já repararam que, quando
homem começa a falar da vida alheia, faz uns trejeitos femininos, se solta um
pouco, fica meio gay, libera geral, numa de desopilar o fígado? A voz até afina
um pouco, eles põem a mão na frente da boca, enfim, é um momento meio mágico,
meio reverso!Fica meio mariquinha!Passem a observar isso...
Mas, fazer fofoca, até criança
faz, e cabe à gente começar a corrigir desde cedo pra não virar um vício e não
aprender a transformar comentários banais em venenos maliciosos que podem de
repente, sem que nem porque, destruir a vida de uma pessoa...
Eu tenho opinião formada a esse
respeito. Tudo começa com comentários pequenos que a pessoa faz, para preencher
um vazio que ela tem nas suas conversas.
Ela não tem sobre o que conversar,
já
tem uma falha de caráter nesse sentido, esta sempre fazendo um
comentário aqui, outro ali, sobre algo que aconteceu na vida de alguém
conhecido, ou sobre o que alguém que ela gosta muito, OU NÃO, fez de bom ou de ruim.
Como ela nunca tem sobre o que falar que se aproveite, só lhe resta a vida dos
outros.
Se fizermos alguma coisa boa,
raramente alguém comenta, mas se pagamos
um mico ou se cometemos um erro, viramos a bola da vez nas rodinhas de fofoqueiros de plantão até o próximo
bobo cair na berlinda. Isso é normal. Acho até que faz parte da vida em sociedade. Faz
parte das mazelas dos seres humanos buscando a perfeição, que somos todos nós.
Mas tem uma coisa que realmente
me incomoda. É quando uma pessoa transforma, ou tenta transformar em fofoca, as
coisas podres que ela tem dentro do coração. Aquelas sujeiras que todos nós
ainda não conseguimos higienizar, e que é o grande perigo quando sai pela nossa
boca. Pois “Só falamos daquilo que está cheio o nosso coração” (palavras do Mestre).
Essas pessoas, que geralmente
associam a maledicência à inveja, falam dos outros, coisas que elas não vêm com
os olhos, não ouvem com os ouvidos, mas, pensam com suas mentes poluídas de
pensamentos malignos, cheios de coisas que elas gostariam de fazer, mas, como
não têm coragem, transferem para os outros, através de uma maledicência perversa.
São pessoas a meu ver, mal resolvidas, frustradas, enfim, pessoas que gostariam
de ser alguma coisa que não conseguiram, por incompetência ou por falta de
talento mesmo.
Azar o nosso, que ficamos a mercê
dessas línguas ferinas de mulheres mal amadas e de homens mal resolvidos. Eu
finjo que não as vejo, olhando pra mim de cima embaixo, disfarçadamente, olhinhos
apertadinhos, vermelhos de raiva, veneno escorrendo pelo canto da boca como se
não tivessem lábios para contê-lo, imaginando mil maldades. E os homens, fofoqueiros enrustidos, fingem
que estão falando de futebol, mas na verdade estão contando nas mesas de bar
sobre as últimas peripécias que o amigo fez e lhes confidenciou, muito
secretamente. Aí, os homens daquela rodinha contam para as esposas que contam
para as amigas, que contam para os amantes...
E está armada a maior confusão!
Mas afinal, não é esse o objetivo da fofoca???
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