18/08/2011
da Revista ISTOÉ
A ciência revela que vários nutrientes são capazes de
estimular o corpo
a evitar o ganho de peso. As descobertas estão modificando o
cardápio de quem está de dieta e incentivam a indústria alimentícia a criar
produtos que ajudam na luta contra a balança.
Se você está procurando caminhos mais eficazes para
perder peso, que tal inserir alguns alimentos no cardápio, em vez de apenas
riscar do menu as opções que engordam? Se a sugestão assustou, relaxe. Na
verdade, trata-se de uma das mais modernas e espertas estratégias traçadas pela
ciência para ajudar quem deseja emagrecer: usar a nosso favor o poder de determinados
alimentos para nutrir e ao mesmo tempo evitar o acúmulo de peso. É a comida que
emagrece. A descoberta de que, sim, ela existe foi uma das mais importantes
informações obtidas nos últimos anos pelos estudiosos que se dedicam a
investigar saídas contra a obesidade. “Chegamos à conclusão de que o caminho
para acumular menos calorias não é simplesmente cortá-las”, disse à ISTOÉ
Darius Mozaffarian, da Universidade de Harvard (EUA). “Hoje sabemos que ingerir
mais de diversos tipos de alimentos está associado à perda de peso”, completou.
O que o pesquisador americano está
afirmando aqui não se refere à velha máxima de que se deve aumentar o consumo
de opções com menor quantidade de calorias se o objetivo é emagrecer. A
recomendação continua correta, é claro. O que o cientista quer dizer é que
dezenas de pesquisas estão demonstrando que vários alimentos ajudam a prevenir
o ganho de peso não por causa da quantidade de calorias que apresentam – ou não
somente por isso –, mas devido à ação de nutrientes específicos que impedem o
depósito de gordura no organismo.
Essa nova linha de abordagem tem como embasamento a
constatação de que os efeitos da comida no organismo e a nossa relação com os
alimentos são muito mais complexos do que se imaginava. “Há, por exemplo, uma
ligação importante entre o cérebro e o aparelho digestivo”, afirma o
endocrinologista Walmir Coutinho, presidente eleito da Associação Internacional
para o Estudo da Obesidade. De fato, descobriu-se a existência de uma espécie
de segundo cérebro no corpo: cerca de 100 milhões de células nervosas, do mesmo
tipo das que existem no cérebro, estão distribuídas pelas paredes do estômago,
esôfago e intestino. E elas estão lá com um propósito claro: participar da
regulação das sensações de fome e saciedade. Por meio delas são gerados sinais
que vão do intestino ao cérebro avisando quando é hora de parar de comer
Bem ao alcance da mão estão outras boas alternativas
para adiar a fome. Grãos integrais, iogurtes e nozes estão entre elas. “Eles
demoram mais tempo para ser digeridos e melhoram o processo digestivo”, afirma
a nutróloga Vânia Assaly, de São Paulo, e membro do Institute of Internal
Medicine (EUA). Nessa lista há alguns componentes surpreendentes. Amêndoa,
abacate e óleo de coco, por exemplo, são conhecidos por serem calóricos. Por
isso, pode causar estranheza vê-los incluídos em um cardápio para emagrecer. Mas
o que se descobriu é que eles também prolongam a saciedade. Por essa razão,
começaram a ser mais recomendados nas dietas, desde que consumidos com
moderação.
A maçã, por sua vez, sempre foi uma boa pedida
contra o peso porque tem poucas calorias e bom valor nutricional. Um estudo
feito pela Universidade da Flórida (EUA) adicionou mais um motivo a seu favor.
Os cientistas acompanharam 160 mulheres que ingeriram uma maçã seca por dia
durante um ano e verificaram que a fruta ajudou na perda de peso não só por ser
pouco calórica, mas devido à presença da pectina, fibra que eleva a saciedade.
A comida pode auxiliar no emagrecimento também
pela capacidade de alguns nutrientes de aumentar a produção de calor pelo corpo
– o que significa queimar mais calorias. É um predicado dos alimentos
termogênicos. “O consumo regular de pimenta, pimentões, gengibre, guaraná e
chá-verde, por exemplo, acelera a queima de calorias”, explica a nutricionista
Lucyanna Kalluf.
O que o pesquisador americano está afirmando aqui não se refere à velha máxima de que se deve aumentar o consumo de opções com menor quantidade de calorias se o objetivo é emagrecer. A recomendação continua correta, é claro. O que o cientista quer dizer é que dezenas de pesquisas estão demonstrando que vários alimentos ajudam a prevenir o ganho de peso não por causa da quantidade de calorias que apresentam – ou não somente por isso –, mas devido à ação de nutrientes específicos que impedem o depósito de gordura no organismo.
A comida pode auxiliar no emagrecimento também pela capacidade de alguns nutrientes de aumentar a produção de calor pelo corpo – o que significa queimar mais calorias. É um predicado dos alimentos termogênicos. “O consumo regular de pimenta, pimentões, gengibre, guaraná e chá-verde, por exemplo, acelera a queima de calorias”, explica a nutricionista Lucyanna Kalluf.
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