A
dificuldade moderada, ou até mesmo leve,
de engolir
substâncias líquidas ou
sólidas não deve ser
negligenciada. “Assim que é diagnosticado o problema,
é
fundamental investigar a sua causa, pois em alguns
casos pode ser o alerta de
algo mais sério”, aponta
Rubens Sallum, gastroenterologista e diretor do
Serviço
de Cirurgia do Esôfago do Hospital das Clínicas da
Faculdade de
Medicina da USP (HCFMUSP).
Exames
regulares para fumantes, alcóolatras e quem sofreu
agressões no esôfago
A disfagia – dificuldade de engolir – é um sintoma
comum em
doenças graves como “megaesôfago” e
“câncer de esôfago”. Segundo o
médico, muitas vezes
os pacientes acabam procurando tratamento tardio a
esses
males. “Em ambas as doenças, dois ou três meses
subestimando o sintoma podem
ser cruciais. Quando o
médico é procurado, a situação já se agravou”, alerta,
ressaltando que assim que o sintoma é reconhecido é
recomendável rapidamente
procurar um médico e,
quando necessário, fazer uma endoscopia.
Os tumores epidermóide (próprio do revestimento do
esôfago) e
adenocarcinoma (que atinge a junção do
esôfago com o estômago) quando
diagnosticados tem
alto percentual de cura. Segundo o médico, a cura nos
estágios iniciais chega a 90%. Quando a doença é
tratada em estágios mais
avançados, os índices de cura
podem chegar em 60%, mas dependem de modernas
técnicas de tratamento. “Em alguns casos, é necessário
fazer uma cirurgia
radical de retirada do esôfago
(esofagectomia), mas para oferecermos essa
operação é
fundamental diagnosticarmos a doença em estágio
menos avançado”,
informa Rubens Sallum.
No megaesôfago, a musculatura no final do esôfago –
que funciona
como um esfíncter que abre e fecha –
para de abrir normalmente impedindo a
passagem de
alimentos, o que leva a uma dilatação do esôfago. Uma
das
conseqüências é a dificuldade de engolir alimentos,
podendo gerar alteração do
estado nutricional do
paciente.
O especialista do HCFMUSP alerta que, além da atenção
que a
população em geral deve ter à disfagia, é
fundamental que fumantes, alcoólatras
e aqueles que já
sofreram alguma agressão no esôfago (como, por
exemplo, quem
ingeriu soda cáustica no passado)
façam regularmente o exame de endoscopia.
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