Pesquisadores da Universidade de Washington
resolveram fazer um estudo visando responder à seguinte questão: se todo mundo
sabe que beber demais em uma noite causa vômitos, lapsos de memória, ressacas
ou algo ainda pior, por que é tão difícil não exagerar nos drinques?
A resposta, segundo os cientistas, é psicológica
e “cultural”. Aparentemente, o fato de passar mal de tanto beber, em uma noite,
não traumatiza o indivíduo, que já está psicologicamente pronto para outro
porre na ocasião seguinte. Ressacas, portanto, não ficam marcadas no cérebro
humano como experiências negativas muito fortes.
Para chegar a essa premissa, os pesquisadores
reuniram 500 estudantes da própria Universidade de Washington. Todos os
pesquisados responderam como foi viver uma série de coisas que podem acontecer
a um ser humano bêbado. Desmaios, brigas, ressacas, faltas a aulas ou ao
trabalho, perda ou roubo de objetos, tudo era relatado pelos estudantes. Os
aspectos positivos, em contrapartida, também foram observados: os estudantes
não se esqueceram das ocasiões em que a bebida os ajudou a se inserir em grupos
sociais e ter sucesso em encontros amorosos.
A surpresa da pesquisa foi a seguinte: aqueles
que tiveram experiências ruins as avaliaram como não sendo menos ruins, e menos
prováveis de ocorrer, do que aqueles que não passaram por maus bocados. Ou
seja, quem sofreu garante que a bebida não traz problemas, e quem nem chegou a
sofrer é mais cauteloso.
Basicamente, o que acontece é o seguinte. Se
você presencia um porre alheio, pensa automaticamente que “isso nunca vai
acontecer comigo”. Se você próprio atravessa essa experiência, está de ressaca
na manhã seguinte e pensa que “nunca mais vai beber tanto assim”. Mas a
promessa, geralmente, não se cumpre em ambos os casos.
Dessa forma, segundo indicam os cientistas, o
caminho para diminuir o alcoolismo entre os jovens é fazê-los “compreender”,
neurologicamente falando, os aspectos negativos da bebida. O desafio é
convencer o cérebro de que os fatores negativos de um porre pesam mais na
balança em relação aos positivos. [LiveScience]
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