05/03/2012

SEMANA DA MULHER, PORQUE UM DIA É POUCO



DIA INTERNACIONAL DA MULHER! QUE MULHER???
Por Luiza Elizabeth 
Quem vamos homenagear hoje? A mulher que somos, a mulher que gostaríamos de ser, ou a mulher que querem que sejamos?Ou será a mulher que fingimos ser?Difícil saber!
Ainda somos aquela mulher que quer ser carregada no colo na noite de núpcias, mas não queremos mais ser virgens na noite de núpcias!Queremos que eles paguem o aluguel, mas queremos escolher com exclusividade as cores das paredes da casa.
Queremos igualdade de condições no mercado de trabalho, mas também ser tratadas com delicadeza à mesa do refeitório da empresa. Concordamos em dividir a conta do restaurante, mas não a do motel. Nos derretemos se eles abrem para nós a porta do carro mas não abrimos a porta para eles.Que igualdade é essa?
Que mulher queremos ser? Que mulher estamos celebrando?A que ainda se importa com a opinião da sociedade que dita o seu peso na balança e a cor de seus cabelos?A mesma sociedade que no passado lhe ditava o espartilho sufocante e dizia que não estavam à altura de votar ou sentar na mesma mesa que os homens e participar de suas conversas? Mudou alguma coisa?
Será que somos realmente a mulher que fingimos ser? Cheias de garra, independentes, sem sutiã, empresárias, politizadas, cheias de idéias e capazes de gritá-las em alto e bom tom para todos os homens ouvirem?
Ou somos apenas um protótipo daquilo que gostaríamos que nossas mães queriam ter sido e que queríamos que nossas filhas fossem, mas que também ainda não conseguem ser, porque não têm o exemplo de suas mães, as mães frustradas do século XX, nós! Ex hippies, ex feministas. Nós, as mulheres liberadas do século XX. Liberadas? Nossas filhas, as mulheres libertadas do século XXI. Libertadas? Nós as libertamos? De que?
Será? Ou serão apenas utopia as mulheres que fingimos ser para nossas filhas e as que queríamos ser para nós mesmas? Se somos nós as mais preconceituosas e as mais encarceradas a valores vãos. Nos libertamos da gravidez para nos aprisionarmos à celulites, modismos e balança. Bela troca!!!Conseguimos o divórcio e agora estamos apavoradas com os casamentos gays. Dura ironia!
Que mulher afinal gostaríamos de ser hoje?Aquela que “Vale quanto pesa?” ou aquela que “Vale quanto pensa”? Aquela que se preocupa mais com o caráter dos filhos ou com a celulite e com que roupa que vai sair hoje? Aquela que esquece o filho no carro até que este morra torrado, porque se sobrecarregou de afazeres que não dá conta, e agora amarga a culpa por toda uma vida?
Vamos comemorar uma mulher de verdade! A mulher que almejamos e podemos ser! Não a que querem que sejamos. Não a mulher do vizinho, a mulher da revista, a mulher da novela, da passarela... Vamos ser a mulher que nascemos para ser. Essa merece ser celebrada todos os dias. Reconhecida e orgulhosamente amada por nossos homens, mas em primeiro lugar por nós mesmas: Essas mulheres maravilhosas que somos!!!

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