Por Luiza Elizabeth
Amamos sempre
assim: Com a condição de sermos amados mais e mais... E pra sempre, e
eternamente. E apesar dos nossos defeitos. E apesar de não aceitarmos os
defeitos do outro.
Desprezamos o que alguém tem para nós dar,
sem entender que aquilo que nos é oferecido é o limite do outro, é o seu
máximo, é a sua jóia mais rara!
Tolos que somos! Afoitos que somos! Queremos demais, pedimos
demais, ajoelhamos demais, rezamos de menos, entregamos de menos.
Confundimos amores com amores. Confundimos o amor que deveria ser
incondicional com a condição do que deveria ser o amor. E nos perdemos no
emaranhado de nossas próprias condições, exigidas por nós mesmos, para sermos
amados, para amarmos, e para como conseqüência das duas coisas, sermos
felizes...
E enquanto buscamos motivos no outro para amar, esquecemos de construir
dentro de nós verdadeiras razões para sermos especiais para esse mesmo
alguém.Coisas simples deixadas ao léu, na ciranda da vida, na roda viva da
existência, da correria do dia a dia, dos desejos não realizados, tanta coisa
para se correr atrás. Principalmente do amor!
Nos deixam vazios com tantas exigências,
com tantas cobranças. Nos querem tão perto, tão junto.Nos esvaziam por inteiro,
pensando que essa fonte não seca.Somos de carne e osso, somos de lágrimas e
sal. Esvaziamos como as nuvens, como os rios secamos como a natureza,
murchamos, se de nós não cuidam.
Não pode ter condições nosso amor, se
condições recebemos. Seja esse amor do filho, do próximo, do distante, da mãe,
do amante.Precisamos aprender a nos entregarmos por inteiro, a entender a dor
do outro e a alegria também.Só assim não nos perdemos, procurando o amor que
não somos capazes de dar.
Falo aqui de amor, como se fosse expert.
Pobre de mim. De amor não entendo nada. Só entendo de querer ser amada. Só
entendo de querer exigir que me amem, que me queiram, que me protejam. Dou
migalhas em troca. E
chamo de amor. Uma carícia aqui, um conselho ali, um ombro amigo vez por outra.
Um telefonema nas horas vagas, um cafezinho nas tardes frias, um almoço no
domingo. Pra mim isso é amor!
Egoísta que sou, e quero que o outro pense
em mim o dia inteiro. Que seus cuidados sejam só pra mim. Que largue o controle
da TV para ter as mãos vazias para eu preencher com as minhas ou não preencher
com nada. Mas para eu saber que estão lá, à minha disposição, como o corpo dela
ou dele, sempre vinte e quatro horas, mesmo que eu não use. Mesmo que me
fastie...
Saber que sua amizade é importante e que
alguém carece dela, porque sofre ou simplesmente porque ama você. E você abusa
do direito de ser amigo e impõe condições. Você vai morrer na solidão. È a lei
de Causa e Efeito. È a lei do retorno. Irrevogável.
Falo aqui de amizade como se fosse um
cão.Estou longe disso. Lagartixa talvez, alguém já viu uma lagartixa amiga? Nem
eu... Mas tudo exijo dos amigos que cultivei e conservo em meus vidrinhos de
bruxa, guardados em meus armários de folguedos e fantasias.Posso não ser cão,
mas aquela lagartixa inesperada, que sempre está ali, em algum lugar, quando
você menos espera ver... Lagartixa...
Nosso amor deve ser incondicional e
intenso. Tudo em nós deve ser intenso.Incondicionalmente não nos
decepcionaremos estrada afora. Aceitaremos com a mesma alegria o anel de vidro
e o de diamante. E saberemos transformar o amor que era pouco em coisa grande e
a coisa grande em bobagem...
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