04/05/2012

A DIFÍCIL VIDA FÁCIL





A DIFÍCIL VIDA FÁCIL
Por Luiza Elizabeth 
Acabei de assistir um documentário sobre a vida nada fácil das prostitutas.  Depoimentos de mulheres cuja antiga profissão é discriminada, cercada de preconceito, mas, que, “vamos combinar”, foi e sempre será de utilidade pública, principalmente para nós, mulheres de outras profissões.

Ouvindo o que essas mulheres têm a ensinar, a gente consegue entender, sem fazer apologia da profissão mais velha do mundo, os motivos pelos quais alguns políticos controversos defendem um projeto de lei que legalize a mesma. Realmente é uma questão de saúde, um problema social.

As mulheres são as mais preconceituosas em relação às putas, apesar de termos nos “servido” delas, assim como nossos homens, desde sempre. Vamos analisar: Na antiquidade, eram elas que ofereciam seus serviços aos maridos sedentos de diversão, facilitando assim a doce vida das madonas respeitáveis, pouco afeitas a um sexo mais liberal e à noite, cansadas dos filhos e dos afazeres domésticos. Esposas dormiam em paz!!!

Parece que não mudou muita coisa em nossa sociedade contemporânea. Eram elas que ouviam os lamentos e, por vezes, enxugavam lágrimas de homens mal compreendidos e explorados em seus lares... Assim ainda é. Pobres meninos...

A diferença é que hoje, elas contam com a concorrência injusta de prostitutas disfarçadas de “moças de família”, de vinte anos, siliconadas e universitárias, querendo aumentar a mesada para comprar suas roupas de grife, as garotas de programa. Sem contar a também desleal concorrência dos travestis, prontos para qualquer tipo de programa e ganhando descaradamente a corrida na estrada da prostituição, na preferência dos homens. Desse grupo, a maioria não sustenta a família.

Nada mudou. Nossos homens continuam descansando suas cabeças em colos estranhos e se servindo de órgãos sexuais mais baratos e menos complicados que os nossos. Seguem como na idade média desabafando suas tristezas e afogando suas mágoas de não conseguir ser o macho que as mulheres do nosso século esperam que seja. Se afogam em copos de cerveja ou champanhe, em bancos de carro ou hotéis de luxo. Ora com a esposa, ora com prostitutas...

A partir da legalização da profissão, essas mulheres, com suas vidas vendidas por merrecas ou cartões de crédito sem limites, mas temporários, poderão contar com a aposentadoria merecida para seus corpos cansados, destruídos e já sem atrativos quando chegar a velhice. Nós outras, se abandonadas, ou trocadas por duas de vinte, ainda poderemos lutar na justiça para ficar com a metade dos bens do casal.

Hoje, putas velhas se vendem por qualquer dinheiro e se sujeitam a não usar preservativos, arriscando a saúde e a vida, para não perder os clientes idosos que não se adaptaram à camisinha e que com ela (a camisinha) não “funcionam”. Com isso o número de mulheres com mais de cinqüenta anos, portadoras de HIV aumenta. Problema de saúde pública. O deputado está certo! 

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