A DIFÍCIL VIDA FÁCIL
Por Luiza Elizabeth
Acabei de assistir um
documentário sobre a vida nada fácil das prostitutas. Depoimentos de mulheres cuja antiga profissão
é discriminada, cercada de preconceito, mas, que, “vamos combinar”, foi e sempre será de utilidade pública, principalmente
para nós, mulheres de outras profissões.
Ouvindo o que essas mulheres têm
a ensinar, a gente consegue entender, sem fazer apologia da profissão mais
velha do mundo, os motivos pelos quais alguns políticos controversos defendem
um projeto de lei que legalize a mesma. Realmente é uma questão de saúde, um
problema social.
As mulheres são as mais
preconceituosas em relação às putas, apesar de termos nos “servido” delas, assim como nossos homens, desde sempre. Vamos
analisar: Na antiquidade, eram elas que ofereciam seus serviços aos maridos
sedentos de diversão, facilitando assim a doce vida das madonas respeitáveis,
pouco afeitas a um sexo mais liberal e à noite, cansadas dos filhos e dos
afazeres domésticos. Esposas dormiam em paz!!!
Parece que não mudou muita coisa
em nossa sociedade contemporânea. Eram elas que ouviam os lamentos e, por vezes,
enxugavam lágrimas de homens mal compreendidos e explorados em seus lares... Assim
ainda é. Pobres meninos...
A diferença é que hoje, elas
contam com a concorrência injusta de prostitutas disfarçadas de “moças de família”, de vinte anos,
siliconadas e universitárias, querendo aumentar a mesada para comprar suas
roupas de grife, as garotas de programa. Sem contar a também desleal
concorrência dos travestis, prontos para qualquer tipo de programa e ganhando
descaradamente a corrida na estrada da prostituição, na preferência dos homens.
Desse grupo, a maioria não sustenta a família.
Nada mudou. Nossos homens
continuam descansando suas cabeças em colos estranhos e se servindo de órgãos
sexuais mais baratos e menos complicados que os nossos. Seguem como na idade
média desabafando suas tristezas e afogando suas mágoas de não conseguir ser o
macho que as mulheres do nosso século esperam que seja. Se afogam em copos de
cerveja ou champanhe, em bancos de carro ou hotéis de luxo. Ora com a esposa,
ora com prostitutas...
A partir da legalização da
profissão, essas mulheres, com suas vidas vendidas por merrecas ou cartões de crédito sem limites, mas temporários,
poderão contar com a aposentadoria merecida para seus corpos cansados,
destruídos e já sem atrativos quando chegar a velhice. Nós outras, se
abandonadas, ou trocadas por duas de vinte, ainda poderemos lutar na justiça
para ficar com a metade dos bens do casal.
Hoje, putas velhas se vendem por
qualquer dinheiro e se sujeitam a não usar preservativos, arriscando a saúde e
a vida, para não perder os clientes idosos que não se adaptaram à camisinha e
que com ela (a camisinha) não “funcionam”.
Com isso o número de mulheres com mais de cinqüenta anos, portadoras de HIV
aumenta. Problema de saúde pública. O deputado está certo!
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