13/05/2012

Mãe é mãe




Por Luiza Elizabeth 
E como mãe é um ser humano como outro qualquer, passível de todos os erros que os seres humanos são capazes de cometer, erramos igualzinho a todo mundo. Ou melhor, mãe erra mais, porque tenta acertar mais, porque se cobra mais, porque coloca sobre seus ombros tudo que acontece de errado na vida de seus filhos. E se bobear, na vida dos filhos dos outros também...

“Mãe é sofrer no paraíso!”. “Filhos, melhor não tê-los”! Mas se não tê-los, como sabê-los???  E por aí vai...
A verdade é que, quando esse bendito instinto maternal desperta, nenhum dito popular nos tira da cabeça e do coração que, ser mãe é a melhor coisa do mundo! E é mesmo! 

Melhor que ser mãe, só mesmo ser avó, que nos faz sentir o prazer de ver nossos filhos serem pais e nos permite sermos mães outra vez, em dose dupla, agora com menos responsabilidade. Curtir a infância dos netos, já que não tivemos tempo para curtir com os filhos, assim como eles não tem tempo agora para os seus. E a vida é assim mesmo...

Mas, importante mesmo, é ser mãe a toda hora. Mãe, debaixo do chuveiro, atendendo o filho que se sente carente porque a namorada lhe deu um chute. Sai do chuveiro e pega no telefone pra tomar as dores do filhão.

Mãe, que, como na canção do Chico, não acredita que seu guri faça tanta coisa errada. Só está lá, estampado no jornal, porque um dia disse que ia ser notícia, mas, “bandido, ele não é não!”
Ah! Nossos guris! Sempre crianças, sempre pequenos, nunca cresceram pra nós. Seus olhos e braços sempre nos pedindo carinho, e nosso colo sempre pronto e ansioso para aconchegá-los.

É claro que na confusão dos dias de hoje, com tanta gente querendo nos ensinar a ser a mães perfeitas (ou pelo menos a ideal), ser mãe moderna, sem deixar de ser todo o resto que é exigido de nós mulheres, fica complicado...
“Ser a mãe amiga, sem ser a “amiguinha”, conquistar a confiança, sem ser a “confidente”. Que eles se orgulhem da sua presença sem que você “caia no ridículo” de clonar os trajes deles, e não os constranja com sua figura constante nos mesmos lugares que eles, com os mesmos amigos, como se os perseguisse...

Ser mãe que dá certo (existe isso?) só sendo moderna e antiquada, tudo ao mesmo tempo! É saber a hora certa, certinha, de falar e de silenciar! De dizer sim com firmeza, e não, com delicadeza e carinho. Depois, desfazer o bico deles com beijinho!E depois que estão adultos, o jeito é deixar que eles tomem sozinhos, suas próprias decisões, para não atrapalhar seu amadurecimento.

E aí, quando eles vão pra suas casas , cheios de dúvidas e sofrimento (e que não nos cabe interceder), a gente deita na nossa cama e chora... e chora. Como eles faziam, quando eram adolescentes e sofriam de males que não podíamos remediar...
Ser mãe é amar aqueles que beijam ou adoçam a boca de nossos filhos, enquanto os pais odeiam. As bocas das filhas, principalmente! Só queremos que os façam felizes, nada mais.

É claro que temos certeza que as mulheres que nossos meninos arrumam, nunca farão por eles o que sempre fizemos. Bem que tentamos gostar delas, e até gostamos, se for estritamente necessário...
Convenhamos: Ser mãe é difícil! Mas é doce. Inebria e ilumina a alma das mulheres. Pelo menos daquelas que se entregam à deliciosa tarefa. Sem deixarem de ser mulheres, esposas, amigas, cidadãs participativas, se antenarem ao mundo para poderem ser mães melhores.

Uma senhora, com seus setenta e tantos anos me contou certa vez que sentia falta de sua falecida mãe... Ela tem vários netos e bisnetos, mas sentia falta do colo da mãe!
Coração de mãe é assim! Os filhos, nunca crescem! A mãe, nunca envelhece o suficiente para ter direito de descansar ou os deixar! Na verdade, gostaríamos de ter a todos, sempre a nossa volta, em nosso colo. Os cabelos sujos de terra dos filhos e os cabelos brancos da mãe. Haveria coisa mais doce? Um colo grande, repleto, como todo coração de mãe!

                                        

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