Por Luiza Elizabeth
E como mãe é um ser humano como
outro qualquer, passível de todos os erros que os seres humanos são capazes de
cometer, erramos igualzinho a todo mundo. Ou melhor, mãe erra mais, porque
tenta acertar mais, porque se cobra mais, porque coloca sobre seus ombros tudo
que acontece de errado na vida de seus filhos. E se bobear, na vida dos filhos
dos outros também...
“Mãe é sofrer no paraíso!”. “Filhos, melhor não tê-los”! Mas se não tê-los, como sabê-los??? E por aí vai...
A verdade é que, quando esse
bendito instinto maternal desperta, nenhum dito popular nos tira da cabeça e do
coração que, ser mãe é a melhor coisa do mundo! E é mesmo!
Melhor que ser
mãe, só mesmo ser avó, que nos faz sentir o prazer de ver nossos filhos serem pais
e nos permite sermos mães outra vez, em dose dupla, agora com menos
responsabilidade. Curtir a infância dos netos, já que não tivemos tempo para
curtir com os filhos, assim como eles não tem tempo agora para os seus. E a
vida é assim mesmo...
Mas, importante mesmo, é ser mãe
a toda hora. Mãe, debaixo do chuveiro, atendendo o filho que se sente carente
porque a namorada lhe deu um chute. Sai do chuveiro e pega no telefone pra
tomar as dores do filhão.
Mãe, que, como na canção do
Chico, não acredita que seu guri faça tanta coisa errada. Só está lá, estampado
no jornal, porque um dia disse que ia ser notícia, mas, “bandido, ele não é não!”
Ah! Nossos guris! Sempre
crianças, sempre pequenos, nunca cresceram pra nós. Seus olhos e braços sempre
nos pedindo carinho, e nosso colo sempre pronto e ansioso para aconchegá-los.
É claro que na confusão dos dias
de hoje, com tanta gente querendo nos ensinar a ser a mães perfeitas (ou pelo
menos a ideal), ser mãe moderna, sem deixar de ser todo o resto que é exigido
de nós mulheres, fica complicado...
“Ser a mãe amiga, sem ser a “amiguinha”, conquistar a confiança, sem
ser a “confidente”. Que eles se orgulhem da sua presença sem que você “caia no ridículo” de clonar os trajes
deles, e não os constranja com sua figura constante nos mesmos lugares que eles,
com os mesmos amigos, como se os perseguisse...
Ser mãe que dá certo (existe
isso?) só sendo moderna e antiquada, tudo ao mesmo tempo! É saber a hora certa,
certinha, de falar e de silenciar! De
dizer sim com firmeza, e não, com delicadeza e carinho. Depois, desfazer o bico
deles com beijinho!E depois que estão adultos, o jeito é deixar que eles
tomem sozinhos, suas próprias decisões, para não atrapalhar seu amadurecimento.
E aí, quando eles vão pra suas
casas , cheios de dúvidas e sofrimento (e que não nos cabe interceder), a gente
deita na nossa cama e chora... e chora. Como eles faziam, quando eram
adolescentes e sofriam de males que não podíamos remediar...
Ser mãe é amar aqueles que beijam
ou adoçam a boca de nossos filhos, enquanto os pais odeiam. As bocas das
filhas, principalmente! Só queremos que os façam felizes, nada mais.
É claro que temos certeza que as
mulheres que nossos meninos arrumam, nunca farão por eles o que sempre fizemos.
Bem que tentamos gostar delas, e até gostamos, se for estritamente necessário...
Convenhamos: Ser mãe é difícil!
Mas é doce. Inebria e ilumina a alma das mulheres. Pelo menos daquelas que se
entregam à deliciosa tarefa. Sem deixarem de ser mulheres, esposas, amigas, cidadãs
participativas, se antenarem ao mundo para poderem ser mães melhores.
Uma senhora, com seus setenta e
tantos anos me contou certa vez que sentia falta de sua falecida mãe... Ela tem
vários netos e bisnetos, mas sentia falta do colo da mãe!
Coração de mãe é assim! Os filhos,
nunca crescem! A mãe, nunca envelhece o suficiente para ter direito de
descansar ou os deixar! Na verdade, gostaríamos de ter a todos, sempre a nossa
volta, em nosso colo. Os cabelos sujos de terra dos filhos e os cabelos brancos
da mãe. Haveria coisa mais doce? Um colo grande, repleto, como todo coração de
mãe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário