14/05/2012

ADULTOS EMERGENTES



Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos!”
Todo mundo conhece alguém que mesmo já tendo passado a fase da adolescência, não quer ou não consegue crescer.
Mesmo já tendo saído da faculdade e se especializado em vários cursos, ainda não “se encontrou” e por vários motivos não quer ou não consegue encarar o mercado de trabalho e até mesmo um relacionamento sério. Preferem continuar no “ninho” a arriscar um padrão de vida diferente do que possuem e perder a proteção dos pais.

Este não é um fato que acontece exclusivamente no Brasil e várias pesquisas justificam esse tipo de comportamento atual que é constatado até mesmo em países do primeiro mundo. Frustrados com as promessas não cumpridas da época em que cursavam a faculdade, esses jovens assistem os vinte anos irem embora e se deparam de repente com os trinta, trinta e poucos e alguns, até os quase quarenta anos... E nada, ou muito pouco acontece...

Até alguns anos atrás, os filhos saiam de casa para estudar, se tornavam financeiramente independentes, casavam e formavam sua própria família. Dos anos noventa para cá menos da metade  das mulheres e apenas 1/3 dos homens atingem essa condição.

A neurociência explica e exemplifica através de pesquisas, que o cérebro humano continua se desenvolvendo mesmo depois dos vinte anos, e, com o córtex pré-frontal em maturação e ainda não formado, as pessoas continuam sendo dominadas pelas emoções e não pela razão, o que justificaria a freqüente pergunta: “O que vou fazer da minha vida?” Tomara que isso tranqüilize os pais modernos...
Verifica-se assim o surgimento no nosso século de uma nova fase, na qual esses “adultos emergentes” (termo criado pelo psicólogo americano Jeffrey Jensen Arnett) precisam de mais educação para enfrentar o novo mercado de trabalho, dependendo por mais tempo dos pais. Os mesmos não sentem necessidade de casar, já que o sexo é liberado pela sociedade,e as mulheres podem procriar bem mais tarde , com o auxílio da ciência, sem correr os riscos do século passado .

Esses jovens adultos são filhos de uma geração reprimida, que não quer a mesma coisa para seus filhos, os quais têm tudo o que seus pais não tinham e sonham com o que ainda não têm: Dinheiro, uma carreira promissora e uma família.
Para ir à luta esses jovens precisam abrir mão de muitas mordomias, e com o objetivo de não atrapalhar a carreira o casamento fica para segundo plano.

Mulheres do século XXI com idade entre dezoito e vinte e nove anos constatam que o mundo é mais duro do que esperavam ao concluírem a faculdade, mas seus sonhos continuam os mesmos, e, a busca pela independência financeira e os títulos acadêmicos, confundem-se com a eterna procura pelo príncipe encantado...

Segundo estudiosos do assunto, para ambos os sexos é uma fase de crise, diferente da crise da adolescência, mas mesmo assim, uma crise que faz com que hoje 92% das mulheres ainda estejam na casa de seus pais, mesmo depois de formadas e 20% delas ainda não consegue se manter ou sequer trabalham.

Ambos os sexos apresentam crises de identidade nessas situações, sentem-se inseguros em relação ao futuro, sentem-se mais nostálgicos e mais radicais em suas opiniões e frustrados em sua relação com o mercado de trabalho.
O fato é que o rapaz “trintão” em suas eternas baladas e a “já não tão moça” jovem acima dos vinte e tantos anos, em sua eterna procura por independência e uma relação afetiva verdadeira, se revelam o Peter Pan e a Bela adormecida do novo século.
  

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