
“Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos!”
Todo mundo conhece alguém que
mesmo já tendo passado a fase da adolescência, não quer ou não consegue
crescer.
Mesmo já tendo saído da faculdade
e se especializado em vários cursos, ainda não “se encontrou” e por vários motivos não quer ou não consegue encarar
o mercado de trabalho e até mesmo um relacionamento sério. Preferem continuar
no “ninho” a arriscar um padrão de
vida diferente do que possuem e perder a proteção dos pais.
Este não é um fato que acontece exclusivamente
no Brasil e várias pesquisas justificam esse tipo de comportamento atual que é
constatado até mesmo em países do primeiro mundo. Frustrados com as promessas
não cumpridas da época em que cursavam a faculdade, esses jovens assistem os
vinte anos irem embora e se deparam de repente com os trinta, trinta e poucos e
alguns, até os quase quarenta anos... E nada, ou muito pouco acontece...
Até alguns anos atrás, os filhos
saiam de casa para estudar, se tornavam financeiramente independentes, casavam
e formavam sua própria família. Dos anos noventa para cá menos da metade das mulheres e apenas 1/3 dos homens atingem
essa condição.
A neurociência explica e
exemplifica através de pesquisas, que o cérebro humano continua se
desenvolvendo mesmo depois dos vinte anos, e, com o córtex pré-frontal em
maturação e ainda não formado, as pessoas continuam sendo dominadas pelas
emoções e não pela razão, o que justificaria a freqüente pergunta: “O que vou
fazer da minha vida?” Tomara que isso tranqüilize os pais modernos...
Verifica-se assim o surgimento no
nosso século de uma nova fase, na qual esses “adultos emergentes” (termo criado
pelo psicólogo americano Jeffrey Jensen Arnett) precisam de mais educação para
enfrentar o novo mercado de trabalho, dependendo por mais tempo dos pais. Os
mesmos não sentem necessidade de casar, já que o sexo é liberado pela
sociedade,e as mulheres podem procriar bem mais tarde , com o auxílio da
ciência, sem correr os riscos do século passado .
Esses jovens adultos são filhos
de uma geração reprimida, que não quer a mesma coisa para seus filhos, os quais
têm tudo o que seus pais não tinham e sonham com o que ainda não têm: Dinheiro,
uma carreira promissora e uma família.
Para ir à luta esses jovens precisam
abrir mão de muitas mordomias, e com o objetivo de não atrapalhar a carreira o
casamento fica para segundo plano.
Mulheres do século XXI com idade
entre dezoito e vinte e nove anos constatam que o mundo é mais duro do que
esperavam ao concluírem a faculdade, mas seus sonhos continuam os mesmos, e, a
busca pela independência financeira e os títulos acadêmicos, confundem-se com a
eterna procura pelo príncipe encantado...
Segundo estudiosos do assunto,
para ambos os sexos é uma fase de crise, diferente da crise da adolescência, mas
mesmo assim, uma crise que faz com que hoje 92% das mulheres ainda estejam na
casa de seus pais, mesmo depois de formadas e 20% delas ainda não consegue se
manter ou sequer trabalham.
Ambos os sexos apresentam crises
de identidade nessas situações, sentem-se inseguros em relação ao futuro,
sentem-se mais nostálgicos e mais radicais em suas opiniões e frustrados em sua
relação com o mercado de trabalho.
O fato é que o rapaz “trintão” em suas eternas baladas e a “já não tão moça” jovem acima dos vinte e
tantos anos, em sua eterna procura por independência e uma relação afetiva
verdadeira, se revelam o Peter Pan e a Bela adormecida do novo século.
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